sábado, 17 de outubro de 2009

Sim senhor, aqui tem espetáculo!

Como a memória permanece construindo e participando de novas histórias
Fotografia de Larissa Wilson

O Sete de Setembro atravessa as gerações, oferecendo em seu palco todos os tipos de espetáculos artísticos do Estado, tudo graças à vontade de pessoas que teimam em não deixá-lo ausente na memória do povo. O cotidiano do teatro é agitado. A feira de Penedo é instalada ao seu redor, e a longa sombra do prédio em estilo neoclássico, serve de ponto de taxi. Depois de passar quase 40, dos seus 125 anos, fechado e abandonado, hoje o que mais há por lá são pessoas circulando, suas portas, há tempo estão abertas. O palco está lá esperando, sempre iluminado e musicado. As pessoas entram, passeiam totalmente nele, atravessam as cortinas, falam ao microfone, cantam. Muitos tiram fotos e sentam nas cadeiras, experimentando todos os ângulos, com intimidade mesmo. Os atores, os músicos, cantores, aposentados, professores, feirantes, turistas e a população em geral passeiam por lá, a sensação é muito boa.

Camarim - Fotografia de Larissa Wilson

Mas o teatro está sempre assim, disponível, porque que estão cuidando dele, se desdobrando para manter sua vida útil. A diretora, Cláudia Tavares, é uma dessas pessoas. Atriz, Cláudia desenvolveu seu talento e o exibe até hoje no palco do Sete. Sendo uma artista, ela sabe da necessidade de cultura na vida das pessoas, por isso encara com muita seriedade esse compromisso. “Depois que fui convidada a administração, me senti na obrigação de por a minha cabeça de atriz para pensar em como o teatro precisaria estar, para o artista trabalhar e o público se divertir”, conta Cláudia, que também garante que muitas vezes é dureza levar sua rotina e necessidades. “É preciso muita dedicação e amor a causa”, reforça.

A atriz e diretora do Sete, Cláudia - foto de Patrícia Machado

Entre os seis funcionários do Sete, um deles vai contar a você a história detalhada do teatro. “Sua pedra fundamental foi inaugurada em 16 de julho de 1865, o primeiro investidor foi o português Manoel Pereira de Carvalho Sobrinho. O arquiteto, Luigi Lucarini o desenhou em formato de ferradura e depois de 19 anos, seu palco foi inaugurado. Franciscanos bancaram uma parte, e Barão de Penedo financiou com R$ 100 contos. Até a década de 1950, funcionou com a sua capacidade máxima, recebendo todos os atrativos culturais que vinham se apresentar em Penedo. Havia um cinema instalado, quando foi fechado. Ficou em adormecido por quatro décadas e há 15 anos está de fôlego recuperado”, narra com cuidado, Egno Correia. Com 13 anos de casa, ele fala que o prédio se tornou um lar. “Cuido daqui como gosto que cuidem de mim”, brinca. Egno ainda nos conta sobre espetáculos de casa cheia, em geral as comédias, dos festivais escolares, dos corais, balés e bandas que ensaiam e se apresentam no teatro.

Egno posa para as lentes de Waldson Costa

As vidas dos dois personagens ultrapassam as paredes do Sete de Setembro, e nos ensina como é possível e bom passar na história, contribuindo com ela. Egno é um dos diretores da Sociedade Musical Penedense, a filarmônica da cidade, existente há 60 anos. Já Cláudia representa a Companhia Penedense de Teatro, grupo completamente ativo na cultura do Estado.
Brincando - Foto de Walsyneide Costa

2 comentários:

  1. E Claudia e Engo deram grande ajuda pra nós para fazermos as oficinas
    :D
    É isso.
    Ansiedade para a próxima viagem

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  2. BLZ, cara,... essas são palavras de meu filho de 2 anos que hora observa o blog do amigo Waldson e equipe. Entrei, gostei e quem gostou mais foi meu pequeno. (risos)Parabéns pelo projeto!
    DAVID AMORIM
    (Geógrafo e Turismólogo)

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