terça-feira, 14 de julho de 2009

Os Waconãs apresentam seus autorretratos

A exposição foi montada na escola indígena Cacique Waconã Alfredo Celestino, as imagens são agora, parte do acervo da comunidade, que pretende conservar as fotografias para contar a todos a história dos habitantes da Serra do Capela


Imagem de Jaciele Felix da Silva, de 08 anos
Foto de José Felipe da Silva Gomes, 13 anos
Fotografia de Christian Fernandes Bezerra, de 10 anos
Foto de Tuyra Celestino Gomes, 12 anos
Imagem de Geovana Felix da Silva, de 09 anos
Foto de Witissamila Celestino de Queiroz, 14 anos
Foto de Selmo Gabriel da Silva, 09 anos
Foto de José Henrique da Silva Ferreira Demésio, de 07 anos
Imagem de Kaiwanã Celestino da Silva, 13 anos
Foto de Rayrã Celestino da Silva, 05 anos
Foto de Jonas da Silva Ferreira Demésio, 10 anos
Foto de Ianowã Celestino Gomes da Silva Rocha, 10 anos
Foto de José Jhom Felix da Silva, 12 anos
Imagem de Kainamã Celestino da Silva, de 12 anos
Foto de José Clebson Felix Pinheiro, de 08 anos
Fotografia de Jacira Celestino Gomes da Silva, de 11 anos
Fotografia de José Alfredo Celestino da Silva, de 06 anos
Imagem feita por Jonathan Felix da Silva, 10 anos
Foto de Maria Kainara Celestino da Silva, 08 anos

sexta-feira, 10 de julho de 2009

O que a Serra do Capela tem?

Serra do Capela tem...

Índios
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Setsônikas
CT oca
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Pedra do urubu
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Reconhecimento
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Paisagens
bica

...por isso ela é a nossa cara!

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Waconã sim, e com orgulho!

Comunidade indígena recebe o projeto autorretrato e mostra um pouco de seus costumes. A história dos índios do nordeste também é narrada pelo cacique da tribo
Fotografia da colaboradora Marília Barbosa

A população Waconã Kariri Xucurú, viventes da aldeia mãe da Serra do Capela, em Palmeira dos Índios, é uma mistura de tudo que é encantador e místico. A atuação das crianças na execução das oficinas de fotografia foi definida pela equipe do autorretrato como exemplar. Entre outros aspectos, a organização e o trabalho coletivo, chamaram a atenção de nosso grupo. Donos de uma sabedoria ancestral, os mais velhos ensinam suas crianças a terem um bom comportamento, em atividades que exigem concentração e disciplina, da mesma forma que os libertam para curtir a felicidade e a pureza que os seres infantis possuem por natureza. A tradição de auto afirmação cultural é o primeiro ensinamento: todos são indígenas desde pequenos.
Fotografia da colaboradora Marília Barbosa

Tradições

Ao nascer, o setsô (menino) ou a setsônkia (menina) recebe um pequeno cocá ou tiara, que pode ser de palha ou de penas. Ao longo do desenvolvimento humano, a definição de sua personalidade dará cor e forma a indumentária. O mesmo conceito se estabelece para a pintura corporal escolhida. O cacique Waconã Manuel Celestino, conta que cada um de nós nasce com uma característica natural, que só vai se desenvolver ao longo dos anos. “A pintura do índio, assim como sua indumentária, representará sua personalidade”, afirmou. Durante as oficinas, a competição de arco e flecha foi uma das atividades mais vibrantes organizadas pela tribo. Antes do início, o pajé avisou: “A competição é para estimular o espírito guerreiro. O setsô precisa lidar com suas armas com a mesma competência que aprende para mexer no computador”, enfatizou. O prêmio – uma quantia em dinheiro – não era mais importante que o reconhecimento do vencedor diante de toda a tribo. Para as setsônkias, o desafio foi à produção de um artesanato, para ser usado como um enfeite nas mulheres. O mesmo prêmio ofertado ao melhor atirador de arco e flecha foi entregue a artesã, que confeccionou um prendedor de cabelo, feito com penas e miçangas.
Imagem da colaboradora Carolina Cabral
Fotografia da colaboradora Marília Barbosa
Fotos do coordenador Waldson Costa
Imagem da colaboradora Carolina Cabral
Durante as oficinas, as indumentárias da cabeça, competição de arco e flecha e as pinturas corporais foram apenas festivas

Saúde e espiritualidade

O amor e respeito à natureza são prioridades na vida dessa população. Usufruindo das tradições do uso das plantas medicinais, os Waconã só recorrem aos antibióticos em último caso. A fumaça também tem poderes sobre o espírito. A cada reunião, uma fogueira é acesa para a purificação do ambiente e das pessoas ao redor.
Fotografia da colaboradora Marília Barbosa
Foto de Patrícia Machado - assessoria
Gerações se purificam na fumaça

Religiosidade
Os Waconã, assim como a maioria dos indígenas no Estado, são católicos. “Desde 1.500 tivemos que aprender a misturar os rituais dos brancos com as tradições de nossos povos. Hoje, amamos nosso Deus, que é igual para todos os povos cristãos, mas o cultuamos de forma diferente”, esclarece Graciliana Celestino, filha do cacique. As festas sagradas acontecem numa reserva, onde, além dos índios, só entra quem for convidado. O local é aberto e contêm vários espaços, alguns coletivos, outros destinados apenas para homens ou mulheres. “A concentração para um contato direto com Deus se dá com os elementos da mãe natureza”, conta Graciliana.
Foto da colaboradora Marília Barbosa
Imagem de Patrícia Machado - assessoria
O início das atividades sempre pedem uma oração. Após a reza, o ritual é totalmente indígena

Memória

A língua materna dos indígenas está sendo estudada pelas crianças, através do Pajé Purinã Celestino, professor cultural da tribo. Festivos, coloridos e muito inteligentes, os Waconã conhecem bem toda a trajetória de suas raízes. Em depoimento, o cacique Manuel Celestino faz uma narrativa detalhando toda a luta dos povos genuinamente brasileiros, para o reconhecimento, manutenção e proteção dos povos indígenas no nordeste. Confira o áudio.
Cacique Waconã Manuel Celestino posa com os fundadores da aldeia mãe Serra do Capela


segunda-feira, 6 de julho de 2009

Os autorretratos da Serra do Capela

Crianças Waconã Kariri Xucurú captam as belezas de seu povo e de seus costumes, dando exemplo de formação e tradição cultural. Nas imagens, um espetáculo de cores e conteúdo, o que deixou a equipe do projeto encantada com os resultados obtidos

Fotografia feita por Jacira Celestino Gomes da Silva - 11 anos
Imagem da colaboradora Marília Barbosa
Fotografia de Carolina Cabral - Colaboradora
Foto de Patrícia Machado - Assessoria
Fotografia produzida por Kaynamã Celestino da Silva - 12 anos
Foto feita por Marília Barbosa - Colaboradora
Imagem captada por Walsyneide Costa - Colaboradora
Fotografia feita por Rayran Celestino da Silva - 05 anos
Imagem de Carolina Cabral - Colaboradora
Foto de Patrícia Machado - Assessoria
Imagem produzida por Jaciele Felix - 08 anos
Foto feita por José Felipe da Silva Gomes - 13 anos

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Autorretrato chega à Serra do Capela


Crianças Xucurús Kariris de Palmeira dos Índios participam das oficinas de fotografia neste final de semana

Cumprindo mais uma etapa do projeto Autorretrato – O nordeste que é a nossa cara, a equipe desembarca nos dias 3 e 4 na comunidade dos Xucurús Kariris, do alto da Serra do Capela, na cidade de Palmeira dos Índios. Até o domingo, cerca de vinte crianças, com idades entre sete e treze anos, aprenderão, através do manuseio de câmeras digitais, a perceber e registrar os aspectos culturais de seu povo, como as pinturas corporais, a dança e a produção dos artesanatos mais tradicionais, entre eles, a confecção de arcos e flechas.

Os Xucurús Kariris povoam boa parte do município de Palmeira dos Índios, na região do agreste alagoano. Entre os participantes, estão os alunos da Escola Estadual Indígena Cacique Alfredo Celestino e de Escolas Indígenas de outros povoados. O Autorretrato está somando a sua terceira comunidade visitada, já tendo passado pela população pesqueira de Barra Grande, em Maragogi e pelos quilombolas do Sítio Jussara, em Santana do Mundaú.

O projeto pretende disseminar tecnologia, através de oficinas de fotografia para crianças das cinco regiões do Estado. Mais que introduzir o mundo digital, um dos grandes objetivos é o despertar do olhar cultural das novas gerações para as suas comunidades. O projeto é patrocinado pelo Governo Federal, através do Banco do Nordeste.